quarta-feira, 17 de março de 2010

O Carro e a Bíblia

Era uma vez um rapaz que ia muito mal à escola. Suas notas e seu comportamento eram uma decepção para seus pais que sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido. Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo: se você, meu filho, mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina, lhe darei um carro de presente. Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho.
Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação. Sua que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel, isso era mau. O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços.
Assim, o grande dia chegou. O rapaz foi aprovado no vestibular de Medicina. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo na festa, o pai lhe daria o automóvel.
Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou as mãos uma caixa e um presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia. Ele ficou visivelmente decepcionado e nada disse, simplesmente colocou a Bíblia numa estante e de sua casa.
A partir daquele dia, o silêncio e a distância separava pai e filho. O jovem se sentia traído, e agora, lutava por ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família. O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um hospital e se tornou um médico conceituado. Porém se esqueceu completamente do pai.
Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia, o pai já idoso, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. E veio a falecer. No cortejo fúnebre, a mãe entregou ao filho, indiferente, a Bíblia que tinha sido o último presente do pai, anos atrás quando então jovem passou no vestibular. Esta Bíblia passou anos na estante da casa dos pais esperando que o filho viesse buscá-la. De volta à sua casa, o rapaz que nunca perdoara o pai, quando colocou a Bíblia em cima de um móvel, notou que havia um envelope dentro dela. Ao abrir, encontrou uma carta e um cheque datado do dia em passou no vestibular. A carta dizia: “meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para você. Escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto fiz questão de lhe dar um presente ainda maior: a Bíblia Sagrada. Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer de uma recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência”. Corroído de remorso, o filho caiu num profundo pranto.
Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também “cheque escondido” em todas as adversidades da vida.
“Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? ’ Jesus respondeu: Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.” Mateus 18:21, 22.

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